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Recuperação Hídrica Histórica Após anos de secas severas, o Rio Paraguai registrou uma elevação significativa em seu nível de água, revitalizando a região pantaneira. Em 2025, o leito do rio, fundamental para a Planície Pantaneira em Cáceres (210 km de Cuiabá), dobrou sua lâmina d’água em relação aos anos anteriores, proporcionando um espetáculo natural impressionante.

Cenário Transformado pela Cheia As baías ao redor de Cáceres redesenham a paisagem com suas curvas sinuosas, conduzindo as águas até a área urbana da cidade. O aumento no volume hídrico se deve às chuvas intensas nas nascentes do Rio Paraguai, localizadas em Sete Lagoas e Diamantino, além da contribuição dos rios Sepotuba, Cabaçal e Jauru. O nível do rio atingiu 4,44 metros em Cáceres, um salto expressivo em comparação aos 2,68 metros registrados na mesma data em 2024, conforme medições da Marinha do Brasil.

Importância Geográfica e Impacto no Pantanal Com baixa declividade, o Rio Paraguai marca o início da grande depressão pantaneira, que se estende por Poconé, adentrando o Mato Grosso do Sul, passando por Corumbá e alagando vastas áreas úmidas em Coxim, Aquidauana, Bela Vista, Miranda e Porto Murtinho. Esse bioma, reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, abriga uma biodiversidade única e atrai milhares de turistas anualmente.

Pecuária e Desenvolvimento Econômico A cheia favorece a pecuária, setor vital da economia regional, que conta com os maiores rebanhos bovinos do Brasil, especialmente nos municípios de Cáceres (MT) e Corumbá (MS).

História e Conflitos Territoriais Antes da colonização portuguesa, o explorador espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca já havia alcançado a região de Cáceres em 1527. Posteriormente, a divisão do território foi definida em janeiro de 1750 pelo diplomata português Alexandre de Gusmão, garantindo ao Brasil a maior parte do Pantanal.

Durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), o ditador Francisco Solano López tentou tomar a cidade, desrespeitando o Tratado de Madrid e destruindo quatro dos cinco marcos fronteiriços esculpidos em mármore. Hoje, apenas um desses marcos históricos permanece intacto na Praça Barão do Rio Branco, em Cáceres, reforçando a importância da cidade na defesa do território brasileiro.

O fenômeno da cheia de 2025 marca um momento decisivo para a recuperação do Pantanal, trazendo novas perspectivas ambientais e econômicas para a região.

Fonte: https://www.folha5.com.br/cidades/cheia-historica-em-2025-transforma-caceres-e-revive-o-esplendor-do-pantanal/14907