
Um dos maiores ataques cibernéticos já registrados no Brasil atingiu cinco instituições financeiras e desviou valores que podem ultrapassar R$ 1 bilhão. Esse incidente levanta preocupações significativas sobre a segurança digital no setor bancário.
Sistema de tecnologia bancária sofre invasão
Na tarde da última terça-feira (1.º), hackers invadiram os sistemas de uma empresa de tecnologia que presta serviços ao setor financeiro. Como resultado, os criminosos acessaram indevidamente contas de reserva de cinco instituições junto ao Banco Central. Estima-se que o montante desviado varie entre R$ 400 milhões e R$ 1 bilhão.
Para conter o problema, o Banco Central determinou o desligamento do acesso dessas instituições às infraestruturas da empresa afetada.
Entenda o que são contas de reserva
As contas de reserva funcionam como canais seguros usados pelas instituições financeiras para realizar movimentações no Sistema de Transferências e Reservas (STR), operado pelo Banco Central. Elas também são utilizadas para o recolhimento de depósitos compulsórios.
Por isso, o acesso não autorizado a essas contas representa um risco direto à integridade do sistema de pagamentos no país.
Empresa afetada relata ação criminosa sofisticada
A empresa especializada em integrar instituições ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que inclui ambientes como o Pix, informou que sofreu um ataque criminoso complexo. Os invasores usaram credenciais fraudulentas para tentar acessar seus sistemas.
Apesar do ocorrido, a empresa garantiu que seus sistemas críticos permanecem íntegros e operacionais, assegurando a continuidade dos serviços.
Montante desviado e instituições impactadas
As estimativas do prejuízo ainda variam. Algumas fontes apontam para cerca de R$ 400 milhões, enquanto outras indicam que o valor pode chegar a R$ 1 bilhão. Entre as instituições mais afetadas está uma fintech do setor Banking as a Service (BaaS), com operações desde 1999 e mais de R$ 800 milhões em receita bruta registrada em 2023.
As empresas envolvidas já adotaram medidas legais e operacionais para reduzir os danos, além de assegurar que nenhum cliente sofreu prejuízos diretos.
Tentativa de conversão em criptomoedas
Durante o ataque, os criminosos tentaram converter os valores desviados em criptomoedas para dificultar o rastreamento. No entanto, algumas exchanges identificaram movimentações suspeitas e bloquearam as transações antes da conclusão.
Essa ação rápida ajudou a limitar os prejuízos e a coletar evidências importantes para a investigação.
Investigação mobiliza autoridades
Diante da gravidade do caso, a Polícia Federal, a Polícia Civil de São Paulo e o Banco Central iniciaram as investigações. Até o momento, não foram divulgados detalhes adicionais, mas o episódio já é considerado um dos maiores ataques cibernéticos da história do sistema financeiro brasileiro.
Alerta para o sistema financeiro nacional
Este ataque evidencia as vulnerabilidades digitais das instituições que dependem de terceirizadas para operar no sistema bancário. Além disso, reforça a necessidade urgente de investimentos em cibersegurança, especialmente em serviços ligados ao Banco Central, como o Pix e o STR.
O Corumbá Informa seguirá acompanhando o caso e trará atualizações assim que novas informações forem divulgadas pelas autoridades.
Fonte: Gazeta do Povo