4 min 9 meses

Aumento Inédito de Casos em Uma Década Em 2024, o Brasil registrou um aumento significativo nos casos de coqueluche, com 3.253 notificações, o maior número desde 2014, quando foram registrados 8.622 casos. O crescimento chamou a atenção das autoridades de saúde, revertendo a tendência de queda observada desde os anos 1990. Naquela época, o índice era de cerca de 10 casos por 100 mil habitantes, enquanto em 2024 o estado do Paraná voltou a atingir um coeficiente de 10,60, sendo o maior em todo o país.

Causas do Aumento Especialistas apontam a queda na cobertura vacinal como um dos principais fatores para o aumento dos casos. A taxa de vacinação, que deveria alcançar 95% da população, tem ficado abaixo do ideal. Além disso, o maior acesso a exames laboratoriais avançados, como os de biologia molecular, contribuiu para a melhor detecção e confirmação dos casos.

Outro aspecto preocupante é a falta de reforço vacinal em adolescentes. No Brasil, a vacina contra coqueluche é administrada principalmente em crianças pequenas, com menos de 6 meses, e com reforços até 1 ano de idade. No entanto, adolescentes não recebem doses adicionais, ao contrário do que ocorre em países da Europa e nos Estados Unidos, o que reduz a proteção nesse grupo etário.

Situação nos Estados O Paraná lidera o número de óbitos, com 4 das 13 mortes registradas no país em 2024, além de 1.224 casos confirmados. São Paulo aparece em seguida, com 870 notificações. A cobertura vacinal da pentavalente para crianças no Paraná é de 90%, enquanto a da DTP chega a 86%. Entre gestantes, a adesão é ainda menor, com 53,3% das grávidas não imunizadas, um fator preocupante, pois a vacinação durante a gravidez protege os recém-nascidos, que estão entre os mais vulneráveis à doença.

O que é Coqueluche? A coqueluche, também conhecida como “tosse comprida”, é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella Pertussis. Ela afeta o sistema respiratório, incluindo traqueia e brônquios, provocando crises intensas de tosse seca. A transmissão ocorre principalmente pelo contato com gotículas de saliva liberadas por tosse, espirro ou fala de pessoas infectadas.

Prevenção e Vacinação A vacina contra a coqueluche faz parte do calendário de vacinação infantil do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo aplicada em três doses da pentavalente aos 2, 4 e 6 meses de idade. Reforços com a vacina DTP, que protege contra difteria, tétano e pertussis, são recomendados posteriormente. A vacinação de gestantes é fundamental para reduzir o risco de transmissão para bebês, que são mais suscetíveis a complicações graves.

A queda nas taxas de imunização é um alerta para as autoridades de saúde, que reforçam a importância da vacinação para controlar o avanço da coqueluche e proteger as populações mais vulneráveis.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-11/numero-de-casos-notificados-de-coqueluche-cresce-em-2024