
Na última segunda-feira (02), a Câmara de Vereadores de Corumbá aprovou, por unanimidade, um importante projeto de lei enviado pelo Executivo Municipal. A proposta declara a Festa de Nossa Senhora do Carmo, realizada anualmente no Distrito de Forte Coimbra, como Patrimônio Cultural Imaterial do município. A aprovação visa não apenas valorizar e preservar a tradição, mas também reforçar a importância da festa para a identidade e memória das comunidades locais.
A Celebração e Sua Importância Cultural
A Festa de Nossa Senhora do Carmo, que ocorre em Forte Coimbra, é mais que um evento religioso – ela é um símbolo de identidade e um marco de memória coletiva para a população. Realizada há gerações, a festa remonta a tradições antigas que se ligam diretamente à história do Forte Coimbra, um importante ponto militar fundado em 1775 e reconhecido como Patrimônio Cultural Material do Brasil. O reconhecimento da festa como patrimônio imaterial reflete sua importância na continuidade das tradições e na preservação da cultura local.
A História e os Milagres da Santa
A celebração ocorre no dia 16 de julho, quando a imagem de Nossa Senhora do Carmo é conduzida por uma guarda real, vestida com trajes de gala da época imperial, em uma procissão que vai da capela até a vila militar, terminando no rio Paraguai. A história da santa está profundamente ligada a eventos históricos, incluindo milagres atribuídos à sua intervenção durante batalhas militares.
Em 1801, durante uma disputa pelo território com Portugal, a guarnição militar do Forte Coimbra foi salva de um massacre por uma intervenção milagrosa de Nossa Senhora do Carmo, que fez com que o exército espanhol se retirasse, mesmo após nove dias de combate.
A devoção à santa foi renovada durante a Guerra do Paraguai, em 1864, quando uma tropa paraguaia cercou o forte. A exibição da imagem de Nossa Senhora do Carmo fez com que o inimigo suspendesse o ataque, permitindo que os brasileiros escapassem.
O Legado de Nossa Senhora do Carmo
A imagem milagrosa de Nossa Senhora do Carmo, que foi trazida por Ricardo Franco, o comandante do forte, permanece na capela da vila, onde é reverenciada com honras militares. As joias, fotos, e outros itens associados à santa são testemunhos das graças que a população acredita ter recebido.
O Forte Coimbra ainda abriga a 3ª Companhia de Fronteira – Forte Coimbra, que pertence à 18ª Brigada de Infantaria de Pantanal do Exército Brasileiro. O forte também guarda um monumento em homenagem ao coronel Ricardo Franco de Almeida Serra, que fez parte dessa história heroica.
A declaração de patrimônio imaterial traz à tona a rica história cultural da região e assegura que as futuras gerações possam continuar celebrando e preservando essa tradição significativa para Corumbá e o Brasil.
Fonte: https://diarionline.com.br/?s=noticia&id=148236#:~:text=Projeto%20de%20Lei%20encaminhado%20pelo,segunda-feira%20(02).