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O mundo está testemunhando fenômenos climáticos extremos e paradoxais: enquanto o Pantanal, um dos biomas mais ricos do planeta, enfrenta sua pior seca histórica, tempestades devastadoras inundaram áreas do deserto do Saara, criando rios e lagos temporários em meio às dunas.

O Pantanal Seca: Recorde Histórico no Rio Paraguai

Neste domingo (13/10), o Rio Paraguai, em Ladário (MS), registrou -0,64 metros, o nível mais baixo desde o início do monitoramento em 1900. A estiagem é resultado de um déficit acumulado de 1.020 mm de chuvas desde 2020. Apenas entre outubro de 2023 e setembro de 2024, a precipitação ficou 395 mm abaixo do esperado. A falta d’água afeta gravemente a navegação, a economia e a biodiversidade local, colocando em risco peixes, aves e comunidades ribeirinhas.

Mesmo com o início das chuvas, especialistas alertam que a recuperação será lenta e o nível do rio deve continuar abaixo de zero até novembro. Essa seca extrema reflete os efeitos da mudança climática e demanda ações urgentes para preservar o bioma.


Do Outro Lado do Mundo: O Saara Sob Tempestades Históricas

Enquanto o Pantanal seca, o Saara, conhecido por sua aridez, foi surpreendido por uma rara sequência de tempestades em setembro. Em apenas 24 horas, o vilarejo de Tagounite, no Marrocos, registrou mais de 100 mm de chuva, inundando áreas que há décadas não viam água. O Lago Iriqui, seco há 50 anos, foi temporariamente preenchido.

Essas chuvas, classificadas como tempestades extratropicais, causaram mortes e danos à infraestrutura no Marrocos e na Argélia. Além disso, especialistas apontam que o fenômeno pode alterar o clima da região nos próximos meses, aumentando a umidade e favorecendo novas tempestades.


O Inverso dos Biomas: Uma Reflexão Global

O contraste entre o Pantanal se tornando deserto e o Saara se enchendo de água é um alerta urgente sobre os impactos da mudança climática. A alteração nos ciclos de chuva e a intensificação de extremos climáticos são sinais claros de que o equilíbrio natural do planeta está em risco.

Enquanto o Pantanal luta para sobreviver à seca, o Saara nos lembra que até mesmo os desertos podem ser transformados. Ambos os fenômenos reforçam a necessidade de uma resposta global e integrada para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.