
A situação do Rio Paraguai em Corumbá (MS) segue se agravando e batendo recordes de seca histórica. Nesta quinta-feira (17/10/2024), o rio atingiu o impressionante nível de -0,69 metros, o menor já registrado desde o início do monitoramento, que começou em 1900. Esse novo recorde acentua a preocupação dos moradores e autoridades locais, reforçando a gravidade da seca que afeta toda a região do Pantanal.
O cenário dramático, que já preocupava a população, ganhou ainda mais visibilidade após o influenciador digital Leo Prado, morador de Corumbá, compartilhar em suas redes sociais uma imagem do rio praticamente seco com a legenda: “Eu moro aqui há 4 anos e nunca vi o rio tão baixo assim…”. O post rapidamente se espalhou pelas redes sociais, refletindo o choque da comunidade local diante da pior seca já enfrentada.
Rio Paraguai segue quebrando recordes de baixa
A situação no Pantanal é crítica. Com o nível do Rio Paraguai batendo recordes negativos consecutivos, os moradores estão testemunhando o que parece ser um desastre ambiental em andamento.
O nível registrado nesta quinta-feira supera o recorde anterior de -0,64 metros, registrado no último domingo (13/10), e o de -0,62 metros, atingido no dia 12/10/2024. Esses números evidenciam o quanto a seca tem se intensificado em Ladário e em outras áreas do Pantanal, alimentada por um déficit de chuvas acumulado de 1.020 mm nos últimos quatro anos.
Entre outubro de 2023 e setembro de 2024, a precipitação ficou 395 mm abaixo da média, com a região recebendo apenas 702 mm de chuva, quando o esperado seria 1.097 mm. O impacto dessa escassez hídrica afeta não apenas o ecossistema, mas também as atividades econômicas essenciais, como a navegação, a pesca e o turismo.
Seca ameaça economia, biodiversidade e turismo
Com o rio atingindo níveis tão baixos, a navegação foi praticamente paralisada, e isso representa um golpe devastador para a economia local, já que a pesca e o transporte de mercadorias dependem fortemente das águas do Rio Paraguai. O setor de turismo, que atrai visitantes de todo o Brasil ao Pantanal, também sente o impacto, com a seca transformando a paisagem e reduzindo a atratividade da região.
A biodiversidade do Pantanal, uma das mais ricas do mundo, está sob grave ameaça. Peixes, aves e outros animais que dependem dos recursos hídricos enfrentam um desafio diário para sobreviver em um ecossistema que se encontra cada vez mais fragilizado.
Recuperação lenta e futuro incerto
Especialistas alertam que, mesmo com o início das chuvas, a recuperação será lenta. O nível do Rio Paraguai deve permanecer abaixo de zero até pelo menos o final de novembro, e a normalização dos níveis do rio ainda está distante. O cenário reforça a urgência de ações concretas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e garantir a preservação do Pantanal.
A seca atual é um grito de alerta para todos. O Pantanal, um bioma crucial para a biodiversidade global, está em risco, e as futuras gerações podem ser as mais prejudicadas se medidas urgentes não forem tomadas.
Como ajudar
Compartilhar essa realidade é um passo importante para garantir que as autoridades e a sociedade deem a atenção necessária. Faça a sua parte e ajude a divulgar essa situação para que juntos possamos pressionar por ações de preservação do nosso Pantanal.
Créditos de imagem: Leo Prado (@euleoprado)
Edição: Corumbá Informa