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O Corredor Bioceânico surge como uma grande oportunidade para Mato Grosso do Sul ampliar sua competitividade na exportação de carne bovina. A nova rota promete reduzir custos logísticos e encurtar distâncias, facilitando o escoamento da produção para países asiáticos via Oceano Pacífico e também para o mercado sul-americano.

Atualmente, o estado exporta cerca de 360 mil toneladas de carne bovina ao Chile. Para isso, são utilizados três caminhos distintos: através de Ponta Porã e Assunção (Paraguai), via Paraná em direção à Argentina ou pelo Rio Grande do Sul, também rumo ao território argentino. O novo corredor promete uma alternativa mais curta e eficiente, conectando Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta (Paraguai), atravessando a Argentina até chegar ao Chile.

Se o destino final for a Ásia, a carga seguirá para os portos chilenos de Antofagasta ou Iquique, de onde partirá pelo Oceano Pacífico. Esse caminho reduz significativamente o tempo e o custo das exportações, tornando Mato Grosso do Sul um polo estratégico no mercado internacional de carnes.

Obras em Andamento para Concretizar o Corredor

A infraestrutura necessária para viabilizar o Corredor Bioceânico está em pleno desenvolvimento, com obras espalhadas pelos quatro países envolvidos no projeto. Um dos principais avanços é a ponte binacional entre Brasil e Paraguai, que já está com 65% das obras concluídas. Essa ligação será essencial para reduzir os entraves logísticos e acelerar o fluxo de mercadorias.

Impacto na Logística e Economia

A nova rota deve reduzir significativamente o tempo e os custos de transporte. Atualmente, produtos brasileiros destinados à China percorrem cerca de 24 mil quilômetros em 54 dias através do Canal do Panamá. Com o Corredor Bioceânico, essa distância será reduzida em 5.479 km, economizando até 12 dias no trajeto.

Para mercados na Ásia e Oceania, a nova rota também trará vantagens. Atualmente, mercadorias exportadas pelo Porto de Santos precisam contornar a África ou seguir pelo Canal do Panamá, aumentando custos e tempo de transporte. Com a implementação total do Corredor Bioceânico, o percurso será 7.000 km mais curto e até 20 dias mais rápido.

Desafios e Necessidades para o Sucesso da Nova Rota

Para que a nova rota funcione plenamente, algumas questões estruturais precisam ser solucionadas:

  • Infraestrutura Viária: É essencial garantir que as rodovias estejam em condições ideais, com sinalização adequada, postos de abastecimento, restaurantes e apoio logístico.
  • Burocracia Aduaneira: Atualmente, caminhões podem levar de 7 a 8 dias para cruzar Mato Grosso do Sul e o Paraguai devido a processos alfandegários. A simplificação desses procedimentos é essencial para a eficiência da nova rota.
  • Capacitação Profissional: Com a expansão da rota, motoristas estão sendo preparados para operar no transporte internacional. A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) já formou a primeira turma especializada nessa área.

Crescimento e Oportunidades para Mato Grosso do Sul

Com a implementação total do Corredor Bioceânico, espera-se um crescimento de 5% a 10% no fluxo de transporte a cada ano, o que impulsionará a economia estadual e tornará Mato Grosso do Sul um hub estratégico de exportação.

Além da carne bovina, outros produtos também serão beneficiados, fortalecendo as exportações para mercados altamente competitivos e consolidando a região como um dos principais corredores comerciais da América do Sul.

Fonte: https://www.diarionline.com.br/?s=noticia&id=149333