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Na manhã desta segunda-feira (25), moradores de Corumbá se depararam com a cena de um filhote de onça atropelado nas proximidades da Agesa, em trecho que liga a cidade à fronteira com a Bolívia. Ainda não há confirmação se o animal pertencia à espécie jaguatirica (Leopardus pardalis) ou onça-pintada (Panthera onca), ambas comuns na região do Pantanal.

Onça atropelada encontrada nas proximidades da Agesa, em Corumbá, na manhã desta segunda-feira (25) – Corumbá Informa

O encontro com o animal já sem vida ocorreu por volta das 6h da manhã. No momento do avistamento, a onça já estava morta na beira da via.

Crescente presença de felinos na área urbana

Nos últimos meses, moradores têm relatado um aumento no número de avistamentos de onças e outros animais silvestres em áreas mais próximas da cidade. Especialistas explicam que esse movimento ocorre, em grande parte, pela busca por alimento e água, já que a destruição de habitats naturais e os impactos ambientais — como queimadas e desmatamentos — forçam os animais a se aproximarem de áreas urbanizadas.

Risco para a população e animais domésticos

Embora o Pantanal seja o ambiente natural desses felinos, sua aproximação das zonas habitadas levanta preocupações. A presença desses animais perto de casas, chácaras e até mesmo rodovias representa risco não apenas para motoristas, mas também para crianças, idosos e animais de estimação, que podem ser atacados em situações de encontro inesperado.

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), tanto a onça-pintada quanto a jaguatirica exercem papel fundamental no equilíbrio ecológico, atuando como predadores de topo de cadeia alimentar. Contudo, o atropelamento de espécies silvestres tem se tornado uma das principais causas de mortalidade desses animais no Brasil. Dados do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) apontam que, a cada ano, cerca de 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados nas rodovias brasileiras, incluindo felinos de grande porte.

Conscientização e medidas preventivas

O caso reforça a necessidade de ações preventivas, como instalação de sinalizações específicas em áreas de maior ocorrência de fauna silvestre, campanhas educativas para a população e monitoramento das rotas de deslocamento desses animais. Além disso, órgãos ambientais orientam que, ao avistar onças ou outros animais silvestres, a população evite qualquer tentativa de aproximação e acione imediatamente as autoridades competentes.

O episódio serve de alerta para a convivência entre a expansão urbana e a vida selvagem no Pantanal, ressaltando a importância da preservação do bioma e da adoção de medidas que garantam tanto a segurança das pessoas quanto a proteção das espécies ameaçadas.

Edição: Higor Lopo