
A Polícia Rodoviária Federal iniciou o uso de uma nova tecnologia para identificar motoristas imprudentes nas estradas e detectar infrações que não podem ser percebidas pelos métodos tradicionais e pelos radares fotográficos: drones.
O projeto piloto teve início em 30 de agosto, com sobrevoos em algumas rodovias de Santa Catarina e Minas Gerais, especificamente na BR-282 (Via Expressa) e na BR-101, na região entre São José e Palhoça (Santa Catarina) e na BR-262 (Minas Gerais).
Segundo Leandro Andrade, chefe da Delegacia PRF em São José, o objetivo da ação é ampliar a visão dos policiais para aumentar a segurança nas rodovias, inibindo comportamentos ao volante que possam ameaçar a segurança dos usuários.
Entre as infrações monitoradas estão o uso do celular ao volante, a falta de cinto de segurança e a presença de caminhões ou carretas trafegando pela faixa da esquerda nas rodovias.
De acordo com o chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal de São José, os oficiais encarregados da operação dos drones foram treinados pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv/SC) e possuem certificação para operar aeronaves.
Cada operação realizada é planejada com antecedência e conta com um plano de voo registrado no sistema da Aeronáutica, respeitando as normas de segurança. A operação inclui um operador de drone, um observador ambiental e um responsável pela segurança da equipe e dos usuários da rodovia.
Os dois drones utilizados no projeto piloto da Polícia Rodoviária Federal nas estradas de Santa Catarina são devidamente registrados na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Conforme o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a utilização do equipamento para registrar e multar motoristas pode ser enquadrada na Resolução 909/2022, que regula a fiscalização por monitoramento.
A reportagem do Canaltech buscou informações sobre quais drones são utilizados pelo órgão para flagrar motoristas imprudentes nas estradas. Segundo Adriano Fiamoncin, Chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF em SC, o modelo escolhido foi o DJI Mavic 3 Pro. Caso os “drones principais” apresentem problemas, são substituídos pelo DJI Inspire 1.
O drone “principal” utilizado pela Polícia Rodoviária Federal está disponível em alguns dos principais e-commerces do Brasil e possui configurações de ponta, necessárias para que o monitoramento das estradas seja feito com precisão.
O DJI Mavic 3 Pro é equipado com GPS, modo de retenção de altitude para voos estáveis, câmera dupla embutida com resolução de 5.1 megapixels, zoom de até 7 vezes e capacidade para voar entre 10 e 20 metros de altitude. A autonomia de voo é de aproximadamente 42 minutos e a velocidade máxima é de 19 m/s. O preço para essa tecnologia é elevado: cerca de R$ 25 mil. O Inspire 1 também é caro, custando em média R$ 16,1 mil.
Em contato com a reportagem do Canaltech, Adriano Fiamoncin, Chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF em SC, esclareceu que os motoristas identificados pelos drones não são autuados no momento da infração.
Ele também afirmou que os vídeos que circulam recentemente, supostamente mostrando o órgão utilizando drones para autuar motoristas por excesso de velocidade, não refletem a realidade.
“Isso é fake news. O excesso de velocidade só pode ser registrado por radares homologados e calibrados anualmente pelo Inmetro”, concluiu, antecipando que outras rodovias federais urbanizadas de Santa Catarina “devem receber esse modelo de fiscalização”, embora ainda não haja previsão de implantação.
Edição: Paulo Amaral
Fonte: https://canaltech.com.br/veiculos/policia-rodoviaria-usa-drones-para-flagrar-maus-motoristas/