O fim de semana entre sábado (1º) e domingo (2) marcou o encerramento da temporada de pesca em Mato Grosso do Sul, antes da entrada em vigor da proibição anual por causa da piracema. Pescadores de várias regiões aproveitaram os últimos dias de liberdade para lançar suas varas nos rios Paraguai e Miranda, que registraram intenso movimento de visitantes.
A pesca estará suspensa em todos os rios estaduais de 5 de novembro de 2025 a 29 de fevereiro de 2026, período destinado à reprodução dos peixes e à preservação dos ecossistemas aquáticos.
Operação Piracema começa em novembro
O início da piracema marca também o começo da Operação Piracema, realizada em todo o país para garantir a renovação natural das espécies. Durante esse período, a fiscalização é intensificada, e pescar torna-se crime ambiental, com penalidades severas para quem for flagrado praticando a atividade ilegal.
Na calha do Rio Paraná, onde vigora legislação federal, a restrição começou mais cedo — em 1º de novembro — e segue até 28 de fevereiro de 2025.
Aumento no movimento dos pesqueiros
Nas regiões de Miranda e Corumbá, o clima foi de despedida da temporada. Proprietários de pousadas e ranchos às margens dos rios registraram aumento expressivo na procura por hospedagens e passeios de pesca. Muitos visitantes aproveitaram para garantir a última pescaria antes do defeso.
Com a proximidade da proibição, os peixes começaram a subir para as cabeceiras dos rios, fenômeno natural que marca o período de desova. Essa movimentação reforça a importância da pausa para que os cardumes possam se reproduzir e manter o equilíbrio ambiental.
Turismo aquecido antes do fechamento
Em Corumbá, o cenário foi semelhante: hotéis e pesqueiros lotados por turistas vindos de várias partes do país. O aquecimento do turismo de pesca movimentou a economia local, principalmente em empreendimentos voltados para o lazer às margens do Rio Paraguai.
Após o início do defeso, muitos desses estabelecimentos costumam fechar temporariamente ou redirecionar suas atividades para passeios ecológicos e hospedagens sem pesca, enquanto aguardam o retorno da temporada.
Regras e penalidades durante o período de defeso
Durante a proibição da pesca, apenas ribeirinhos e comunidades tradicionais podem pescar para subsistência, limitados a três quilos ou um exemplar por dia, respeitando as medidas e espécies permitidas. A comercialização de peixes permanece totalmente proibida.
Quem insistir em descumprir as normas pode ser preso em flagrante, ter seus equipamentos apreendidos — como barcos, motores e veículos — e pagar multas entre R$ 700 e R$ 100 mil, acrescidas de R$ 20 por quilo de peixe apreendido.
Denúncias de pesca ilegal podem ser feitas anonimamente pelo número 181.
Licença obrigatória e orientações
Os pescadores que desejam aproveitar os últimos dias da temporada devem emitir a Licença Ambiental para Pesca no site do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). O órgão também disponibiliza uma cartilha online com informações sobre espécies permitidas, tamanhos e cotas para evitar infrações.
A piracema, além de uma obrigação legal, é um período fundamental para garantir o futuro da pesca sustentável e a preservação da biodiversidade nos rios de Mato Grosso do Sul.
Fonte: https://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/ultimo-fim-de-semana-antes-da-proibicao-da-pesca-movimenta-pesqueiros-de-ms