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Pesquisadores identificaram um ninho de harpia (Harpia harpyja) no Maciço do Urucum, em Corumbá, região do Pantanal. A espécie, considerada a maior águia das Américas, é classificada como ameaçada de extinção e extremamente sensível a alterações no habitat. A presença desse ninho representa um marco científico, já que registros da ave no Pantanal e no Cerrado são raríssimos.

Expansão da Mineração e Impactos Ambientais

A descoberta ocorre em meio ao debate sobre a possível expansão das atividades da mineradora LHG Mining na região. A ampliação prevê novas operações de extração e beneficiamento de minério de ferro, levantando preocupações sobre os impactos diretos na fauna e flora locais.

Entre os principais riscos apontados está a alteração nas rotas de caça da harpia e a ameaça às presas naturais, como macacos-prego e bugios, fundamentais para o equilíbrio da cadeia alimentar. Além disso, fatores como poeira, movimentação intensa e ruídos da mineração podem levar a ave a abandonar seus ninhos.

Espécie de Reprodução Lenta e Vulnerável

A harpia possui características que tornam sua preservação ainda mais desafiadora. Ela pode atingir até 2,2 metros de envergadura e 7 quilos de peso, mas demora cerca de sete anos para alcançar a maturidade reprodutiva. Além disso, gera apenas um filhote a cada três anos, o que faz com que qualquer perda de habitat seja quase irreversível.

Debate Público e Futuro da Região

O tema foi discutido em audiência pública no Centro de Convenções de Corumbá, onde autoridades, ambientalistas e representantes da empresa apresentaram o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). A grande questão em debate é como equilibrar o avanço econômico da mineração com a preservação de uma espécie rara e essencial para o ecossistema pantaneiro.

Fonte: https://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/expansao-de-mineradora-ameaca-ninho-de-harpia-no-pantanal#goog_rewarded