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Além do contrabando de gasolina mais barata em Puerto Quijarro e Puerto Suárez, cidades bolivianas próximas a Corumbá, outro item vem ganhando destaque: o gás de cozinha. A prática ilegal tem atraído tanto bolivianos quanto brasileiros, que revendem o produto no Brasil a preços muito superiores aos praticados na Bolívia.

Na Bolívia, um botijão de gás custa 22,50 bolivianos (cerca de R$ 19,68), conforme dados da Agência Nacional de Hidrocarbonetos (ANH). Já no Brasil, o preço pode alcançar até R$ 140,00 para entrega, o que torna o contrabando extremamente lucrativo. Contrabandistas chegam a obter lucros de até sete vezes o valor investido ao revender o produto em Corumbá.

Preço Irregular na Bolívia e Desabastecimento

A alta procura pelo gás boliviano também tem provocado abusos no lado de lá da fronteira. Em mercados e barracas fora dos pontos oficiais, o botijão chega a ser vendido por valores entre 40 e 50 bolivianos (de R$ 34,99 a R$ 43,74). Além disso, moradores bolivianos enfrentam filas extensas devido ao desabastecimento, agravado pelo contrabando.

Medidas Rigorosas do Governo Boliviano

Preocupado com o impacto do contrabando no abastecimento interno, o governo boliviano, por meio do vice-ministro da Luta Contra o Contrabando, Luis Amílcar Velásquez, anunciou ações enérgicas contra a prática. O “Plano de Soberania” está em curso, com comandos operacionais do Exército e da Marinha na região de fronteira, além de controles fixos e móveis.

Em 2023, seis pessoas foram presas na Bolívia por envolvimento com contrabando de gás.

Receita Federal Reforça Fiscalização no Brasil

No Brasil, a Receita Federal também atua para coibir o contrabando. Em 2024, o órgão apreendeu 150 botijões de gás contrabandeados, sendo 85 deles nos últimos meses do ano em Corumbá. Além disso, foram confiscados 15 mil litros de combustível de origem irregular.

Com a chegada de novos servidores, a Receita Federal pretende intensificar as operações aduaneiras, especialmente em estradas vicinais, conhecidas como “cabriteiras”, usadas para transportar produtos ilícitos e escapar da fiscalização.

Fronteira Seca: Desafio para o Combate ao Contrabando

A extensão da fronteira seca entre Brasil e Bolívia representa um grande desafio no combate ao contrabando. A prática prejudica tanto a economia local quanto o abastecimento de bens essenciais nas regiões fronteiriças, exigindo ações coordenadas entre os dois países para minimizar os impactos dessa atividade ilegal.

Fonte: https://diarionline.com.br/?s=noticia&id=148973