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As populações ribeirinhas que vivem às margens dos principais rios do Pantanal dependem diretamente da terra e da água para sobreviver. Por muitos anos, esses brasileiros permaneceram à margem das políticas públicas, sem documentação e fora dos levantamentos oficiais. Com o passar do tempo, essa realidade começou a mudar, embora os desafios ainda sejam grandes devido ao isolamento geográfico das regiões onde vivem.

Atualmente, essas comunidades contam com maior presença do poder público e acesso a serviços essenciais, especialmente nas áreas de saúde e assistência social, mesmo enfrentando dificuldades impostas pela distância e pelo difícil acesso.


🚑 Atendimento médico e assistência social chegam pelos rios

Em Corumbá, uma das principais iniciativas voltadas aos ribeirinhos é o projeto “Povo das Águas”, desenvolvido há mais de 16 anos. A ação percorre cerca de 3.500 quilômetros por ano, levando atendimento médico, serviços sociais e suporte logístico às famílias que vivem espalhadas pelo vasto território pantaneiro.

Esse trabalho é reforçado por ações integradas entre órgãos civis e instituições militares, ampliando o alcance dos serviços públicos em áreas onde o acesso terrestre é praticamente inexistente.


🚁 Resgates aeromédicos salvam vidas em áreas remotas do Pantanal

Além do atendimento preventivo, o suporte emergencial também é fundamental. Somente neste ano, 33 pessoas foram socorridas por meio de resgates aeromédicos, realizados com helicópteros em regiões de difícil acesso no Pantanal, garantindo atendimento rápido em situações graves de saúde.


⚓ Navio-hospital da Marinha percorre o Rio Paraguai com missões de saúde

A Marinha do Brasil exerce papel estratégico no apoio às comunidades tradicionais do bioma. Desde 2009, com a incorporação do Navio de Assistência Hospitalar Tenente Maximiano, o 6º Distrito Naval de Ladário realiza missões médico-hospitalares regulares ao longo do Rio Paraguai, atendendo localidades de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

A embarcação homenageia um militar histórico da região e se tornou referência no atendimento fluvial, somando mais de dois mil atendimentos médicos realizados apenas em 2025.


🎥 Documentário mostra o cotidiano ribeirinho e a relação com os rios

O navio-hospital integra o documentário “O Rio que Somos”, produção da Marinha que acompanha o dia a dia dos ribeirinhos do Pantanal e da Amazônia, destacando sua relação profunda com os rios e a presença do Estado em regiões afastadas dos centros urbanos.

Com estreia prevista para 2026, o filme foi gravado em trechos fluviais de difícil acesso nos estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No Pantanal, as gravações ocorreram em 2024, a bordo do Tenente Maximiano.


🌱 Cultura, saberes tradicionais e autonomia em destaque

A produção audiovisual valoriza os modos de vida tradicionais, os conhecimentos passados entre gerações e a capacidade de organização das comunidades ribeirinhas. O enfoque está na autonomia e na resistência dessas populações, que mantêm sua identidade cultural mesmo diante das limitações estruturais e geográficas.

O documentário também evidencia o papel do suporte médico e das ações de resgate como elementos fundamentais para garantir dignidade, segurança e cidadania aos moradores das regiões ribeirinhas.

Fonte: https://www.campograndenews.com.br/lado-b/artes-23-08-2011-08/marinha-produz-filme-sobre-os-ribeirinhos-e-sua-forte-presenca-nas-comunidades