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A recente megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, continua repercutindo em todo o país. A ação, que resultou em mais de 120 mortos, teve como alvo integrantes do Comando Vermelho (CV) e levou o governador Cláudio Castro a solicitar ao governo federal a transferência de 10 criminosos para penitenciárias federais de segurança máxima.

Chefes do Comando Vermelho sob investigação

Entre os detidos estão nomes de alto escalão da facção, apontados por comandar, de dentro das prisões, as ações de retaliação às forças de segurança. A lista inclui Marco Antônio Pereira Firmino (My Thor), Wagner Teixeira Carlos (Waguinho de Cabo Frio), Rian Maurício Tavares Mota (Da Marinha) — especialista no uso de drones —, Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha), Agnaldo da Silva Dias (Naldinho), Fabrício de Melo de Jesus (Bicinho) e Alexandre de Jesus Carlos, conhecido como “Choque”, considerado um dos chefes do tráfico em Manguinhos.

Outros nomes como Leonardo Farinazzo Pampuri (Léo Barrão), Carlos Vinícius Lírio da Silva (Cabeça do Sabão) e Eliezer Miranda Joaquim (Criam) também estão entre os criminosos que devem ser transferidos.

Ligação com Mato Grosso do Sul

Do total de dez presos, dois já passaram pela Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). Um deles é o próprio Alexandre de Jesus Carlos, o Choque, ex-policial e integrante da alta cúpula do Comando Vermelho. Ele esteve no presídio sul-mato-grossense em 2012, envolvido em um plano de assassinato contra o então deputado federal Fernando Francischini, em retaliação às ações contra o crime organizado.

Choque também foi citado em uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) que apurava o envolvimento de agentes penitenciários em um esquema de fuga do traficante Fernandinho Beira-Mar. Segundo as apurações, ele mantinha contato com servidores e outros integrantes da facção para viabilizar a ação.

Histórico violento e trajetória criminosa

Considerado extremamente perigoso, Choque foi preso em 2008, após anos foragido. Ele era, à época, um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro, sendo capturado em uma casa de luxo na Praia de Jacumã, em João Pessoa (PB). Escutas telefônicas mostraram que o traficante ordenava execuções e torturas em Manguinhos, punindo rivais e subordinados que desobedeciam suas ordens.

Antes de ser capturado, escapou de diversas operações policiais e era conhecido por sua crueldade e por liderar grupos armados que realizavam roubos de veículos nos subúrbios cariocas. Na época, porém, enfrentava resistência dentro da própria facção, que temia atrair ações policiais por sua presença.

Outro preso com histórico em MS

O segundo criminoso ligado a Mato Grosso do Sul é Eliezer Miranda Joaquim, o Criam, liderança do tráfico na Baixada Fluminense. Ele foi transferido de Bangu (RJ) para Campo Grande em 2016, após investigações apontarem seu envolvimento na festa e resgate do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family, em um hospital carioca.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou a transferência após interceptações telefônicas confirmarem que o grupo comemorava a fuga e mantinha comunicação ativa com o tio de Fat Family dentro do sistema prisional, o que exigiu a remoção imediata e o monitoramento rigoroso dos envolvidos.

Fonte: https://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/traficantes-alvos-de-megaoperacao-na-capital-carioca-ja-passaram-por-ms#goog_rewarded