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Os combustíveis fósseis no Brasil estão prestes a enfrentar uma escalada de preços devido a dois fatores principais: a defasagem de valores em relação ao mercado internacional e o aumento na base de cálculo do ICMS. A gasolina vendida pela Petrobras está 10% abaixo do preço de paridade internacional (PPI), enquanto o óleo diesel apresenta uma diferença de 16%.

Segundo um relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), essa diferença resulta em uma disparidade de R$ 0,28 no litro da gasolina e de R$ 0,54 no litro do diesel, valores que pressionam a Petrobras a ajustar os preços para acompanhar o mercado externo.


Impacto do Câmbio e do Petróleo no Mercado Nacional

A valorização de 15% do dólar desde outubro, aliada a um aumento de 8% no preço do barril de petróleo Brent nos últimos 30 dias, intensificou o descompasso entre os valores internos e internacionais. Essa combinação compromete a lucratividade da Petrobras e reduz sua capacidade de reinvestir no setor.

Especialistas apontam que, em breve, a estatal será forçada a ajustar os preços, impactando diretamente o consumidor final. Além disso, produtos que dependem de transporte e derivados do petróleo também sofrerão aumentos, gerando um efeito cascata nos preços de bens e serviços.


ICMS: Reajustes Anuais Já Confirmados

A partir de fevereiro, o ICMS sobre os combustíveis será reajustado, afetando diretamente o bolso dos consumidores. A alíquota sobre gasolina e etanol terá um acréscimo de R$ 0,10 por litro, enquanto o óleo diesel e o biodiesel sofrerão um aumento de R$ 0,06 por litro.

De acordo com o Comitê Nacional de Secretarias Estaduais de Fazenda (Comsefaz), o aumento reflete a elevação nos preços das bombas entre fevereiro e setembro de 2024, comparados ao mesmo período do ano anterior.


Oscilações nos Preços ao Longo dos Últimos Anos

Nos últimos dois anos, os preços dos combustíveis apresentaram oscilações significativas. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o preço médio da gasolina subiu 23,90%, passando de R$ 4,81 em janeiro de 2023 para R$ 5,96 no início de 2025, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Já o óleo diesel comum registrou uma redução de 5%, saindo de R$ 6,35 para R$ 6,03 no mesmo período. No entanto, o cenário atual sugere que novos aumentos são inevitáveis devido à política de reajustes e à pressão do mercado.


O Que Esperar para os Próximos Meses

Com a defasagem dos preços e a implementação do reajuste de ICMS, o custo dos combustíveis deve pesar mais no orçamento dos consumidores brasileiros. Além do impacto direto nos postos, produtos e serviços que dependem de transporte também terão seus preços elevados, agravando o custo de vida no país.

A combinação de fatores internos e externos aponta para um início de ano marcado por desafios econômicos, com os combustíveis desempenhando um papel central na pressão inflacionária.

Fonte: https://correiodoestado.com.br/economia/gasolina-ficara-mais-cara-com-alta-de-icms-e-defasagem-de-precos/