Mato Grosso do Sul pode enfrentar um novo avanço da dengue em 2026, segundo projeções baseadas em modelos matemáticos e condições ambientais. Após 2024 e 2025 apresentarem redução no número de casos, o cenário aponta para uma retomada da circulação do vírus, com atenção especial ao sorotipo 3 da dengue, considerado mais preocupante para o próximo ciclo da doença.
Clima e população suscetível elevam o risco
O aumento do risco está associado a fatores como calor intenso, chuvas frequentes e um maior número de pessoas suscetíveis, resultado de dois anos sem grandes epidemias. Esse conjunto de condições cria um ambiente favorável para a proliferação do mosquito Aedes aegypti e para a circulação mais intensa do vírus no Estado.
Campo Grande e Dourados serão o grande teste em 2026
As duas maiores cidades do Estado adotaram medidas consideradas inovadoras no combate à dengue. Em Campo Grande, o método Wolbachia, que utiliza uma bactéria para reduzir a capacidade de transmissão do vírus pelo mosquito, já demonstrou resultados positivos, com redução de 63,2% na incidência da doença em 2024.
Já Dourados se destacou pela vacinação em massa, tornando-se referência nacional e internacional em cobertura vacinal contra a dengue. Esses dois modelos de prevenção serão colocados à prova em 2026, especialmente diante da possível circulação mais intensa do vírus em municípios que não adotaram estratégias semelhantes.
Maior atenção ao sorotipo 3 da dengue
A principal preocupação das autoridades de saúde é a possível ampliação do sorotipo 3, que não circula de forma expressiva no Estado há bastante tempo. Isso significa que grande parte da população possui baixa imunidade, aumentando o risco de surtos mais severos.
O alerta se intensifica após registros de que, em outros estados brasileiros, como São Paulo, uma parcela significativa dos casos recentes esteve associada a esse sorotipo.
Dados mostram ciclos de alta e queda da dengue
De acordo com dados oficiais da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul contabilizou 14.171 casos de dengue e 20 mortes até a 50ª semana epidemiológica de 2025. Em 2024, foram registrados 19.403 casos.
O histórico da doença no Estado mostra um padrão cíclico, com picos a cada dois anos. Exemplos incluem:
- 2016: 51.109 casos
- 2019: 65.675 casos
- 2020: 52.580 casos
- 2023: 45.502 casos
Após esses picos, os anos seguintes costumam apresentar quedas, o que reforça o alerta para um novo crescimento em 2026.
Prevenção segue essencial em todos os municípios
Mesmo com o avanço de tecnologias como a Wolbachia e a vacinação, a tendência é que municípios sem essas estratégias enfrentem maior circulação do vírus. Por isso, ações tradicionais de prevenção, como eliminação de criadouros e controle vetorial, continuam sendo fundamentais em todo o Estado.
Expectativa para o início de 2026
O período entre janeiro e abril de 2026 é apontado como o mais crítico para o aumento da circulação da dengue, especialmente do sorotipo 3. O comportamento da doença nesse intervalo será decisivo para avaliar a eficácia das estratégias adotadas e definir os próximos passos no combate à dengue em Mato Grosso do Sul.
Fonte: https://www.campograndenews.com.br/brasil/cidades/com-tipo-3-da-dengue-circulando-wolbachia-tera-grande-teste-em-2026